27 de outubro de 2007

O diário amoroso de Marta Berenice

Terça-feira

Hoje eu acordei mais leve, feliz. Ainda com a tua presença em mim. Sul, Norte. Alto, baixo. Libra, Áries. Opostos cuidadosamente atraídos, num domingo em que olhavam para o mesmo lugar, como quem tem o mundo à sua espera para ser explorado. Inefável dança do desejo. Já sentiu uma tensão gostosa? É assim que fico ao teu lado, com uma sede mista de atração e carinho pronto pra ser calmamente entornado, com a confiança de quem se diverte no testemunhar do jogo. Devagarinho. Só pelo prazer de ver a coisa rolar, saboreando cada momento como o mais precioso dos vinhos, com a única expectativa do próximo encontro, do próximo olho no olho... e do delicioso bônus do abraço apertado, do carinho trocado, do beijo e do calor. Sim, há a insegurança também. Mas que graça teria sem ela? Poderia ficar conversando contigo por muitas horas. E acho que isso é bom. Tua presença tem me ajudado a despertar o que há de melhor em mim.

Quinta-feira

Tá. Eu tenho vergonha de admitir e medo de que não seja recíproco. Mas eu tô com saudades. Droga. Devia ter te ligado ontem, mas não. Saiba: se eu fico alguns dias sem te procurar ou é porque já estou me desinteressando ou é porque a insegurança se juntou com a carência pra me dar uma rasteira. "Preciso aprender a ser só", cantava Elis. Solitude, na boa. Mas não. Eu me consolo. Momentos fugazes de prazer, e depois... o vazio. Bem diferente do preenchimento que sinto contigo. Caralho. Quase 30 anos na cara e agindo como uma criança. O que eu queria mesmo era estar contigo agora.

Sexta-feira

Poeira. Minha frágil lufada de gás não encontrou faísca e beijou a poeira. A chama tornou-se hipótese. O balão voltou ao chão, para talvez se assumir semente. Semente de amizade, se o coração se aquietar da paixão.

Um comentário:

Brenno Almeida disse...

ai ai ai Martinha