30 de outubro de 2008

hot little joy



Descaradamente chupado do let it blog, não posso deixar de anunciar a boa-nova, a big joy que foi descobrir isso. O disco de estréia do Little Joy (que dá pra ouvir na íntegra por esse link do myspace), banda do Rodrigo Amarante com o stroke Fabrizio Moretti, com lançamento previsto para o próximo dia 4 de Novembro, já vazou. Glória a vós Senhor =D

10 de outubro de 2008

simulacro


- E aí, é ou não é?
- É como se fosse...
- Não consigo entender.
- É algo que acontece. Uma rosa que não sabe que é rosa.
- E o coração, onde fica?
- Gotejando aqui e ali, começo de chuva. Que às vezes se perde...
- Não chove nem molha.
- Não sei explicar...
- Conteúdo não prescinde de forma.
- ...


20 de setembro de 2008

dança e acordeon :-)=






Les Têtes Raides - J´ai Menti
J'ai menti je t'aime
Eu menti eu te amo
J'ai trahi je blème
Eu traí eu empalideço
Je maudi je traine
Eu amaldiçôo eu treino
Je moisi ma haine
Eu mofo minha repulsa
J'ai guéri ma peine
Eu curei minha pena
J'ai garé ma flemme
Eu guardei minha preguiça
Egaré je t'aime
Perdido eu te amo
J'ai frémi dégaine
Eu estremeci estranho

Tout flotte tout flotte
Tudo flutua tudo flutua
Dans les bras du temps
Nos braços do tempo
Chatouille et picote
Cócega e marquinha
Ces jolis moments
Esses belos momentos
En bas c'est là bas
Em baixo isso está lá
Là haut c'est plus bas
Lá no alto isso é mais baixo
Le soir est tombé
A noite caiu
Et c'est déjà ça
E está já assim

J'ai menti je t'aime
Eu menti eu te amo
J'ai dit oui je freine
Eu disse sim eu freio
J'ai dis tu m'emmènes
Eu disse você me conduz
D'où tu me ramène
De onde você me reconduz
Ta vie c'est pas la mienne
Sua vida não é a minha
Ma vie c'est pas la tienne
Minha vida não é a sua
T'as pas dit je t'aime
Você não disse eu te amo
mais t'as failli quand même
Mas você falhou assim mesmo
E quand s'éffilochent
E quando se desfia
Les pages du roman
As páginas do romance
Nos cloches vies ricochent
Nossos sinos-vidas saltarem
On est percé dedans
Somos picados por dentro
Comme on n'y voit pas
Como não vemos isso
On se le dit pas
Não o dizemos
Le jour s'est levé
O dia se levantou

Et c'est déja ça
E isso é já assim

Dans le vide qui nous mène
No vazio que nos conduz
Aux folies qui nous promènent
Aos desatinos que nos percorrem
Des fleurs que l'on sème
Flores que semeamos
Dans les rues de Bohème
Nas ruas da Boemia
Et dans une envie soudaine
E numa vontade súbita
Comme c'est pas dit que ça tienne
Como não é dito que isso tem
J'ai pas dit je t'aime
Eu não disse eu te amo
J'ai failli quand même
Eu errei assim mesmo

Je vole tu voles
Eu vôo você voa
Dans le firmament
No firmamento
Brûle une parole
Arde uma palavra
On s'y voit dedans
Nós nos vemos dentro
Puis nous revoilà
Depois nos reaparecemos
On va s'effacer
Nos apagaremos
Et c'est déjà ça
E isso é já assim
(não, a letra não reflete nada, é só pra quem quiser entender melhor... mas o encanto e a vontade de dançar são :-)

3 de setembro de 2008

faz de conta que...

(clique na imagem para poder ler)

25 de agosto de 2008

Realidade

Nossa... nessa ele se puxou. Absurdamente lúcidas estas frases do Miguel Rio Branco na (linda) exposição ESPIRITOCULTO, do Christian Cravo, aqui em SP, que encerra neste Domingo 31:

"Real, matéria-prima para quem o sabe moldar à imagem de seu sentir e, assim, retratar sua busca interna. O mistério do próprio eu transmitido nas imagens. A magia do que procuramos em nós através desse lado de fora que enganosamente chamam de realidade."


Esse é o cara.

20 de agosto de 2008

Homenagem


a Dorival Caymmi, falecido em 16/08/2008.

escaneamento de página do encarte do cd Maritmo, de Adriana Calcanhotto


14 de agosto de 2008

Fidelidade: a quê/quem?

Navegando pelo site da Folha, achei no blog Passageiro do Mundo uma postagem sobre "traição", o que me levou a postar um comentário (o texto a seguir) e "organizar" em palavras o que eu penso sobre o assunto. No momento presente, em Agosto de 2008, sou da opinião (sempre disposta a ser testada, trocada, discutida) de que, se estiver na pilha de transar com outros caras, vai lá e mata a vontade. Mas sem o outro saber - saber, nesses casos (falo por experiência própria) não vale a pena, só cria desgaste - e tomando o máximo de cuidado, senão consigo, pelo menos com o outro: não arrisca a vida dele.

Outra coisa igualmente importante: se for fiel ou se for "trair" (trair ao quê? a quem?), faça-o com consciência. Perguntando-se o porquê disso - o outro não está dando conta do recado? não faz algumas coisas que tu curte*? ou tu somente tá a fim de um corpo diferente mesmo? tá transando por aí pra fugir de se entregar para o outro? pra não ficar inteiro quando tá com ele?

* o correto seria "tu curtes", mas a preocupação aqui é com a língua falada, no caso, no RS.

Já experimentei uma relação aberta, porque achava que era a coisa mais inteligente e honesta a fazer, me respeitando. Hoje não faria o mesmo. Mas amanhã não sei (nem tem como saber). Na época, foi uma experiência válida, onde aprendi várias coisas.

Acho que cada um deve fazer o que acha certo no seu momento presente, mas com consciência. E consciência só tem quem se conhece (não acredito em consciência "comprada", sem ressonância interna). No meu caso, a relação aberta "funcionou" (talvez existiu por uma necessidade) porque eu morava a 6 horas de viagem do meu ex, e nos víamos somente nos finais de semana. Havia outras razões para isso acontecer também, como medo de me entregar e alguns fetiches pessoais.

Acho perigoso tentar querer enjaular algo livre, como o amor, dentro de um padrão ou conceito pré-concebido. A maioria das pessoas, infelizmente, não se conhece, e sai por aí ditando regras de "nunca traia" ou "faça o que der na telha" sem se perguntar se isso ressoa (se é verdade) lá no seu íntimo. Quer agradar a quem?

Então, como agir? Acho que vai do que cada um acredita, e isso pode - e deve, sempre - ser testado, afinal há tantas possibilidades que funcionam de forma saudável quanto pessoas diferentes. O difícil é não comprar idéias prontas na prateleira de receitas de sucesso de revistas, religiões, filosofias, grupos, famílias, amigos e sair por aí usando sem antes questioná-las, sem antes tê-las experimentado pra poder saber qual é a sua verdade pessoal.

As minhas mais fortes, no momento (tudo pode mudar), são: "trair é sentir culpa" e "por quê (ou porque não)?"

Acho que o ideal é o casal conversar sempre, ou de tempos em tempos, pra saber qual a necessidade maior de cada um naquele momento, e assim criar regras que sejam boas para os dois. E lembrar que toda escolha implica em perdas. Não se pode ter tudo.

Mas, como dizem por aí, cada um com seus cada qual, né :-)=

Trocando em miúdos

O objetivo deste blog é funcionar como memória individual, espaço de registro de expressões de impressões (viva o trocadalho!) pessoais, para daqui a uns, sei lá, 20 ou 30 anos poder ler e comparar, sentir saudades e dar boas risadas. Por isso o nome "Anotações de Percurso".

Samba e café


Nas lacunas tímidas onde tomamos ar para voltarmos a nos mergulhar, quisera falar e ouvir: mas só com os olhos, e com o corpo, como num bailado silencioso a nos envolver, naquelas horas em que, num gesto, o café se joga sobre a mesa atrapalhada e molha tuas roupas, e eu faço comédia, e tu me faz um samba. E tentamos entender, e dar forma, e sair correndo, fugindo, cantando, mas só a tepidez do mistério bastaria, doce tensão degustada em camadas.


10 de julho de 2008

two lost souls swimming in a fish bowl year after year

às vezes eu só queria não ter medo.
..


título: referência a Wish You Were Here, do Pink Floyd

1 de abril de 2008

um trem para as estrelas

pois é. talvez quando eu for mais maduro ou mais articulado eu pare de começar posts e conversas com "pois é", "então" e "bueno".

mas pois é. é que eu tava há meses já pra escrever isto. isto que pede pra ser expresso de alguma maneira, pra nem tu nem eu acharmos que passou em branco. tanto passou em todas as cores que, até antes de eu me apaixonar de novo, tu me habitava todos os dias. e hoje, volta e meia tu ainda me visita de alguma forma. seja em sonho, seja ali online, seja no meu pensamento, seja numa lembrança boa. o fato é que a hipótese não gasta sempre será mais bonita e sedutora do que a realidade. e ontem eu cometi de não perguntar como tu estavas. porque eu também não consigo conversar assim impunemente. não sei o que o tempo nos reserva. mas saiba que, enquanto isso, te conservo especial. e lembro da gente a cada vez que eu olho pela janela do meu quarto e está chovendo...

31 de março de 2008

referências

Ontem fui com a Paola assistir ao "documentário do Caetano", apelido dado pela maioria do pessoal que estava lá no Cinesesc ao documentário Coração Vagabundo, do Fernando Grostein Andrade, parte do É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários. Me dei conta de como as músicas do Caetano pontuaram vários momentos da minha vida e, claro, as lágrimas rolaram. E comecei a me lembrar de todas as minhas referências culturais/artísticas (ainda não sei como diferenciar um termo do outro, e nem sei se é preciso) - principalmente na música e no cinema - que foram pontuando, e expressando, e marcando momentos diferentes. E me voltou a vontade de fazer aquela árvore de referências - músicas, filmes, pessoas, viagens, shows, livros, etc - pra mapear tudo. Não sei porque, mas a idéia continua me parecendo legal. Me pareceu legal também escrever mais seguido no blog, a exemplo da Paola, da Fabíola e de mais gente que eu vejo por aí, por aqui, escrevendo em seus blogs. Vou seguir a onda do blog e da árvore, se a preguiça e meu constante problema com Chronos deixarem... Haja calma, agora-ontem que este verso do Caetano estalou e me fez mais sentido do que nunca:

"Meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim"
Coração Vagabundo, Caetano Veloso

27 de março de 2008

eu não te falei

eu não te falei. eu não te falei porque é arriscado. eu não te falei porque não é algo que eu costume falar: tão raro é que só falei uma vez na vida. eu não te falei porque teria que te explicar antes que palavras apenas tentam expressar aquele momento e não criam o compromisso de mantê-las. malditas palavras. eu não te falei porque sei que te provocaria um turbilhão de confusões mentais. eu não te falei porque ambos temos problemas com isso. eu não te falei porque estamos muito mais acostumados a pensar do que a sentir. eu não te falei porque tive medo de não ser verdadeiro. mas estaria sendo. eu não te falei e talvez tenha perdido algo... eu não te falei, mas naqueles momentos incríveis eu senti. eu não te falei "eu te amo".

13 de março de 2008

um dia desses...

E de repente, do nada (claro, sempre é do nada), descubro que amar - ou palavra que defina melhor isso tudo e que não o limite - pode ser mais simples do que eu imaginava... as surpresas florescem na medida em que se relaxa.