e agora eu sinto: a poeira dói enquanto assenta (nos ossos), morte necessária. a transformação é um caminho de dor.
20 de novembro de 2006
faísca atrasada
e agora eu sinto: a poeira dói enquanto assenta (nos ossos), morte necessária. a transformação é um caminho de dor.
13 de novembro de 2006
horinhas de descuido
celebração. vivas ao acaso, ao copo transbordante, à aceitação do inseguro constante - movimento das marés, ao encontro.
7 de novembro de 2006
deserto
eu deserto. neutro.
livre e perdido num limbo branco, transitório,
vazio de sentido num mundo de plástico, nada.
só essa aridez-película que envolve meu peito prestes a transbordar.
eu, deserto.
30 de outubro de 2006
Chovo
Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo
Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro, um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco
Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo
pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo
(Uns Versos, de Adriana Calcanhotto)
20 de outubro de 2006
memória afeolfativa
19 de outubro de 2006
enquanto tudo derrete
Enquanto tudo derrete
Enquanto tudo parece
Derreter
(Calor, de Adriana Calcanhotto)
10 de outubro de 2006
e esperam
Que não se resolve
Na outra mão as flores
Como se flores bastassem
Eu espero
E espero
Não funcionam luzes, telefones
Nada se resolve
Trens parados, carros enguiçados
Aviões no pátio esperam
E esperam
A chave que abre o céu
D´aonde caem as palavras
A palavra certa
Que faça o mundo andar
(George Israel/Paula Toller/Herbert Vianna)
6 de outubro de 2006
2 de outubro de 2006
fogos de artifício
28 de setembro de 2006
27 de setembro de 2006
momento: é difícil (aceitar) estar normal sem tédio nem drama. sem os extremos.
de ontem: falando desse jeito até parece que eu sei de algo. só quero mostrar, "sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus", como disse a Adriana, buscando o essencial, o verdadeiro.
certa vez a cotovia me disse: "não caia em suas próprias teorias".
pra meses depois, no deserto, dizer: "confia mais no que brota de dentro de ti".
oras...
inferno astral
do nada uma pilha, uma vontade de sair mais, de beber mais. mais freqüentemente. mais paqueras, mais sexo. extroversão, boas energias? talvez, mas... desconfio. como sempre quando a esmola é demais, desconfio. ansiedade, carência? mais provável. de repente faço sexo 4x por semana, sou descaradamente paquerado e me encontro aqui reclamando. questionando (ainda bem). nada é tão simples quando se tem uma cotovia sempre ali, no bico. pois é, o sonho contemporâneo superficial da vida do jovem médio de 20 e poucos anos acontecendo, o futuro próximo se encaminhando e eu querendo mais. o ego adorando e eu me sentindo sozinho. ou melhor, finalmente me reconhecendo sozinho. querendo mais. e não sabendo direito como pedir. o rei passeando pela aldeia. a emergência do contato batendo. o tempo que resta em porto alegre. a cada dia. hora esquecida. momento valorizado. o tempo não existe, e realmente se dá pela intensidade do aqui dentro. às vezes idéias viram verdades. mas só depois de engolidas, mal ou bem digeridas e vomitadas... e eu aqui escrevendo isso à espera de quê? atenção? criar coisas belas? bah... basta de subjetividade por agora. mas ser franco corta a graça do jogo, descortina a insinuação. tolhe a pretensão do intelecto.
era um momento sem adjetivos. sem imagens. nem seco, nem líquido.
26 de setembro de 2006
22 de setembro de 2006
voltando
momento: vago, impreciso, irritadiço, irritadaço. agitado.
"e muito pra mim é tão pouco
e pouco é um pouco demais
viver tá me deixando louco
não sei mais do que sou capaz..."
(Paulinho Moska)
e pouco é um pouco demais
viver tá me deixando louco
não sei mais do que sou capaz..."
(Paulinho Moska)
então. voltei.
vontade de expressar assim de novo.
tive que morrer coisas pra nascer outras.
sempre né... é a vida, assim.
quem presta atenção nunca pode dizer "mais do mesmo" em relação a mim.
e a cotovia?
ah... tá aqui, sempre bicando :-)=
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