14 de agosto de 2008

Fidelidade: a quê/quem?

Navegando pelo site da Folha, achei no blog Passageiro do Mundo uma postagem sobre "traição", o que me levou a postar um comentário (o texto a seguir) e "organizar" em palavras o que eu penso sobre o assunto. No momento presente, em Agosto de 2008, sou da opinião (sempre disposta a ser testada, trocada, discutida) de que, se estiver na pilha de transar com outros caras, vai lá e mata a vontade. Mas sem o outro saber - saber, nesses casos (falo por experiência própria) não vale a pena, só cria desgaste - e tomando o máximo de cuidado, senão consigo, pelo menos com o outro: não arrisca a vida dele.

Outra coisa igualmente importante: se for fiel ou se for "trair" (trair ao quê? a quem?), faça-o com consciência. Perguntando-se o porquê disso - o outro não está dando conta do recado? não faz algumas coisas que tu curte*? ou tu somente tá a fim de um corpo diferente mesmo? tá transando por aí pra fugir de se entregar para o outro? pra não ficar inteiro quando tá com ele?

* o correto seria "tu curtes", mas a preocupação aqui é com a língua falada, no caso, no RS.

Já experimentei uma relação aberta, porque achava que era a coisa mais inteligente e honesta a fazer, me respeitando. Hoje não faria o mesmo. Mas amanhã não sei (nem tem como saber). Na época, foi uma experiência válida, onde aprendi várias coisas.

Acho que cada um deve fazer o que acha certo no seu momento presente, mas com consciência. E consciência só tem quem se conhece (não acredito em consciência "comprada", sem ressonância interna). No meu caso, a relação aberta "funcionou" (talvez existiu por uma necessidade) porque eu morava a 6 horas de viagem do meu ex, e nos víamos somente nos finais de semana. Havia outras razões para isso acontecer também, como medo de me entregar e alguns fetiches pessoais.

Acho perigoso tentar querer enjaular algo livre, como o amor, dentro de um padrão ou conceito pré-concebido. A maioria das pessoas, infelizmente, não se conhece, e sai por aí ditando regras de "nunca traia" ou "faça o que der na telha" sem se perguntar se isso ressoa (se é verdade) lá no seu íntimo. Quer agradar a quem?

Então, como agir? Acho que vai do que cada um acredita, e isso pode - e deve, sempre - ser testado, afinal há tantas possibilidades que funcionam de forma saudável quanto pessoas diferentes. O difícil é não comprar idéias prontas na prateleira de receitas de sucesso de revistas, religiões, filosofias, grupos, famílias, amigos e sair por aí usando sem antes questioná-las, sem antes tê-las experimentado pra poder saber qual é a sua verdade pessoal.

As minhas mais fortes, no momento (tudo pode mudar), são: "trair é sentir culpa" e "por quê (ou porque não)?"

Acho que o ideal é o casal conversar sempre, ou de tempos em tempos, pra saber qual a necessidade maior de cada um naquele momento, e assim criar regras que sejam boas para os dois. E lembrar que toda escolha implica em perdas. Não se pode ter tudo.

Mas, como dizem por aí, cada um com seus cada qual, né :-)=

5 comentários:

Flávio Dantas disse...

adorei o blog
foto linda essa do topo
vamos nos linkar? :}

Marcos Freitas disse...

Obrigado pela menção ao meu blog, adorei...

Quanto ao tema, é polémico, e devemos respeitar a opinião de todos, e sempre lembra que modelos prontos são validos.

Andrei Moura disse...

cara, muito bom isso.

concordo em gênero número e grau.



sempre sensato e filosoficamente contestador!

Alexandre Palo disse...

interessante seu post!

me fez parar para pensar um pouco, venho refletindo bastante sobre a construção do amor atual e suas
implicações...

enfim....

até mais

Vinícius Mariano disse...

meu email tá aqui, pede pra visualizar meu perfil que eu liberei o email.
Abraço!